domingo, 19 de enero de 2014

Áreas verdes e percepção ambiental dos estudantes da USC: interpretações e considerações

Esta entrada apresentará algumas interpretações sobre as informações apresentadas em uma entrada anterior titulada "Percepção ambiental dos estudantes da USC" (http://contaminacionnacidade.blogspot.com.es/2013_12_01_archive.html) e considerações sobre aspectos ambientais e áreas verdes na cidade de Santiago de Compostela.
            Com intuito de caracterizar um pouco o perfil dos estudantes, foram colocadas algumas questões referentes a idade, sexo, tempo de estudo, e local onde moram. A grande maioria representavam pessoas do sexo feminino, 88% dos jovens que responderam são menores de 25 anos, sendo que do total quase a metade possuem entre 18 e 21 anos. Observou-se que a maioria, 44%, estão a menos de um ano estudando em Santiago, 32% estão entre 1 e 4 anos e 24% correspondem a aquelas que estão a mais tempo na cidade. Em relação ao lugar onde moram, 20% são de outros países, 24% moram em Santiago e o restante, maioria, são de outras cidades da Espanha.
            Para entender, de modo geral, a percepção dos jovens estudantes  da cidade em relação ao ambiente, foram aplicados questões para apontar alguns problemas ambientais e suas possíveis causas,  a importância atribuída as áreas verdes e que alterações que fariam na paisagem local.
             As questões relacionadas ao meio ambiente de Santiago de Compostela  foram apontadas como 8% muito boa, 36% boa e 52% regular. Apenas uma pequena parcela dos estudantes (4%) indicaram como ruim.
            Apesar de uma avaliação, em geral positiva, mais da metade ainda consideraram em condições regulares. Como possíveis ameaças do meio ambiente dentre as opções, as que foram mais identificadas correspondem ao fluxo de carros na cidade, falta de sensibilização da população residente e a ausência de políticas públicas, que somadas estavam assinaladas em mais de 60% das fichas. Importante ressaltar a importância da menção das políticas públicas, pois estas estão direta ou indiretamente relacionadas aos outros problemas apontados.
            Referente as áreas verdes, os valores revelaram que elas são consideradas bastante importantes pelos estudantes, pois todos os valores eram iguais ou superiores a três, numa escala onde o mais próximo de zero correspondia a um menor  nível de importância, e mais próximo de cinco, a um maior nível de importância.
            Quanto ao uso das áreas verdes pelos estudantes, a maioria visitam-nas (96%), sendo que destes, 36% o fazem regularmente. Dentre os motivos para as visitas, constatou-se que os mais comuns estão relacionadas a práticas de esportes, atividades de lazer, descanso, bem-estar e beleza. Além disso, sobre as sensações proporcionadas por estes espaços, 52% responderam serem muito agradáveis e 44%, agradáveis. Estas motivações estão relacionadas com as funções destas áreas que são ecológicas, sociais, psicológicas,educativas e estéticas (conteúdo já apresentado numa entrada anterior).
            Ainda que as áreas verdes de Santiago de Compostela cumpram suas funções e proporcionarem boas sensações, quando questionados sobre mudanças na paisagem da cidade, 60% responderam que não mudariam nada e outros 40% que mudariam. Mesmo com mais da metade das respostas negativas, a porcentagem dos que mudariam continua elevada. Entre estes 40%, alguns expuseram suas opiniões dizendo que deveria ampliar e cuidar melhor das áreas verdes, aumentar o números de árvores pelas ruas, criar mais vias para pedestres, aumentar a vegetação silvestre, e até mesmo promover o turismo ambiental na cidade.
            Em geral, essa breve pesquisa nos mostra, mesmo com suas limitações, que as áreas verdes são muito importantes para os espaços urbanos, e na cidade de Santiago de Compostela suas funções são cumpridas ao menos entre esta parcela significativa de pessoas representadas pelos estudantes da USC, pois reduzem os efeitos da dinâmica urbana e dos próprios problemas que foram apontados.
             Algumas áreas verdes são mais frequentadas do que outras, talvez por sua maior divulgação, sua localização ou condições estruturais encontradas. Essa situação poderia ser melhorada e equilibrada com maior estímulo a um outro segmento turístico chamado ecológico, realizando passeios, itinerários e outras atividades, associando uma ou mais áreas verdes. Assim, além de aumentar o número de beneficiados (turistas, moradores, estudantes, etc)  com as funções destes espaços, geraria maior valorização e serviria como uma alternativa ao turismo religioso já incentivado.


Autores: Pedro H. B. de Souza; Thais R. Monteiro

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