lunes, 20 de enero de 2014

Por que São Paulo?


            Já escutei várias vezes pessoas de outras cidades perguntarem para os paulistanos porque vivem ali. O grande dilema para este questionamento, é que gostariam de entender como alguém pode viver numa cidade com tantos problemas. Entre os problemas listados por essas pessoas se encontra o de poluição atmosférica, poluição sonora, poluição das águas, a alta quantidade de veículos que circulam pela cidade que gera um grande problema com a locomoção, além da quantidade de pessoas que vivem correndo contra o tempo. Enfim, como possível visualizar, muitos desses problemas são típicos de cidades grandes como São Paulo.  
            Segundo uma pesquisa da OMS em 2005, São Paulo ocupava o sexto lugar das metrópoles mais poluídas do mundo. De acordo com outra pesquisa publicada em outubro de 2013, o estado de São Paulo entre os anos de 2006 e 2011, teve 99.084 mortes relacionadas à má qualidade do ar, sendo que 4.665 dessas são da capital São Paulo. Neste mesmo período a cidade teve no entorno de 15.065 internações por doenças atribuíveis a poluição, e gerou um gasto público ao equivalente a R$ 31.279.534,00 reais (Mundo Sustentável, 2013). Ainda, conforme publicado por UOL notícias – ciência (2011), a região metropolitana da cidade de São Paulo, é a 4º mais poluída do país, e 268º do mundo. A região tem uma média de microgramas por metro cúbico, duas vezes maior do que a recomendada pela OMS.
            De acordo com essas notícias, os veículos são responsáveis por 90% da poluição do ar, onde os índices de qualidade nos pontos de amostra do ar em São Paulo possuem índices piores nas áreas com maior locomoção de veículos por dia, o que pode ser acompanhado pelo site da Cetesb. 
            Em paralelo com esses dados, buscamos entender a relação de qualidade de vida das pessoas com questões relativas ao meio ambiente de maneira indireta, conforme a pesquisa apresentada neste blog (http://contaminacionnacidade.blogspot.com.es/2014/01/resultado-da-pesquisa-realizada-com-uma.html). Em analise pudemos concluir que as pessoas que vivem nas proximidades de áreas verdes tem uma percepção muito melhor da cidade, do que as que vivem em áreas mais afastadas e com grande movimento de veículos. Além disso, mesmo grande parte das pessoas querendo modificar a paisagem da cidade, o que contabiliza 72,97% dos entrevistados em nossa pesquisa, fica quase que equilibrada as respostas quando se trata se gostariam de mudar de cidade, onde 47,22% gostariam de mudar, caso tivesse oportunidade. No entanto, os outros 52,77% dos nossos entrevistados, que dizem que mesmo com esses problemas gostariam de viver na cidade, e que jamais se mudariam dela, justificam que é por laços familiares e de amizade, e que tem a esperança de ver mudanças na cidade quanto ao seu nível de poluição de todos os tipos, apontados na lista apresentada logo no inicio.  
            Relacionando todas essas circunstancias foi possível observar, que as 42,85% das pessoas que apontaram não ter qualidade de vida, obtém relação com o tempo que levam em condução na cidade diariamente, no qual é outro problema apontado. Além disso, também há a relação quanto à percepção da cidade, com a questão de querer mudar dela, e quanto a sua paisagem, o que justifica sua resposta de não possuir qualidade de vida.
            Com relação aos 57,14% das pessoas que responderam ter qualidade de vida, grande parte dessas, moram perto do seu trabalho, ou vivem muito próximo a áreas verdes, e outras porque praticam esportes nessas áreas que normalmente estão próximas a suas residências.
            Dessa maneira, podemos concluir que a percepção quanto à qualidade de vida do cidadão paulistano e de gostar mais ou menos da cidade, possui relação com o quanto este se expõe aos problemas da cidade diariamente. Além disso, é possível perceber que o cidadão está ciente dos problemas e que possui esperanças de modificações na cidade, para uma cidade mais limpa e com menos poluição, o que justifica o questionamento dos cidadãos de outras cidades do por que viver em São Paulo.
            A grande questão neste momento na verdade é como solucionar estes problemas que se tornaram cotidianos na cidade? Qual seria uma ação emergente para isso? Como mobilizar os 18 milhões de habitantes quanto a esta situação? Que medidas ações públicas deveriam tomar? Como trabalhar de maneira multidisciplinar? Pois, a questão de qualidade do ar está diretamente ligada com as áreas do meio ambiente, saúde, turismo, transporte, entre outros. Enfim, a cidade precisa de ações imediatas quanto a qualidade a sua qualidade do ar.   


Autores: Thais R. Monteiro; Pedro H. B. de Souza
           

Referências:


MUNDO SAUDÁVEL, 2013. Disponível em: http://www.mundosustentavel.com.br/2013/10/as-cidades-com-ar-mais-poluido-de-sp-e-o-custo-para-saude/. Acessado em: Dezembro de 2013. 


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