Com intuito de caracterizar um pouco
o perfil dos estudantes, foram colocadas algumas questões referentes a
idade, sexo, tempo de estudo, e local onde moram. A grande maioria
representavam pessoas do sexo feminino, 88% dos jovens que responderam são
menores de 25 anos, sendo que do total quase a metade possuem entre 18 e 21
anos. Observou-se que a maioria, 44%, estão a menos de um ano estudando em
Santiago, 32% estão entre 1 e 4 anos e 24% correspondem a aquelas que estão a
mais tempo na cidade. Em relação ao lugar onde moram, 20% são de outros países,
24% moram em Santiago e o restante, maioria, são de outras cidades da Espanha.
Para entender, de modo geral, a
percepção dos jovens estudantes da
cidade em relação ao ambiente, foram aplicados questões para apontar alguns
problemas ambientais e suas possíveis causas, a importância atribuída as áreas verdes e que
alterações que fariam na paisagem local.
As questões relacionadas ao meio ambiente de
Santiago de Compostela foram apontadas
como 8% muito boa, 36% boa e 52% regular. Apenas uma pequena parcela dos estudantes (4%) indicaram como ruim.
Apesar de uma avaliação, em geral
positiva, mais da metade ainda consideraram em condições regulares. Como
possíveis ameaças do meio ambiente dentre as opções, as que foram mais
identificadas correspondem ao fluxo de carros na cidade, falta de
sensibilização da população residente e a ausência de políticas públicas, que
somadas estavam assinaladas em mais de 60% das fichas. Importante ressaltar a
importância da menção das políticas públicas, pois estas estão direta ou
indiretamente relacionadas aos outros problemas apontados.
Referente as áreas verdes, os
valores revelaram que elas são consideradas bastante importantes pelos
estudantes, pois todos os valores eram iguais ou superiores a três, numa escala
onde o mais próximo de zero correspondia a um menor nível de importância, e mais próximo de cinco,
a um maior nível de importância.
Quanto ao uso das áreas verdes pelos
estudantes, a maioria visitam-nas (96%), sendo que destes, 36% o fazem regularmente.
Dentre os motivos para as visitas, constatou-se que os mais comuns estão
relacionadas a práticas de esportes, atividades de lazer, descanso, bem-estar e
beleza. Além disso, sobre as sensações proporcionadas por estes espaços, 52%
responderam serem muito agradáveis e 44%, agradáveis. Estas motivações estão
relacionadas com as funções destas áreas que são ecológicas, sociais,
psicológicas,educativas e estéticas (conteúdo já apresentado numa entrada anterior).
Ainda que as áreas verdes de
Santiago de Compostela cumpram suas funções e proporcionarem boas sensações,
quando questionados sobre mudanças na paisagem da cidade, 60% responderam que
não mudariam nada e outros 40% que mudariam. Mesmo com mais da metade das
respostas negativas, a porcentagem dos que mudariam continua elevada. Entre
estes 40%, alguns expuseram suas opiniões dizendo que deveria ampliar e cuidar
melhor das áreas verdes, aumentar o números de árvores pelas ruas, criar mais vias
para pedestres, aumentar a vegetação silvestre, e até mesmo promover o turismo ambiental
na cidade.
Em geral, essa breve pesquisa nos
mostra, mesmo com suas limitações, que as áreas verdes são muito importantes
para os espaços urbanos, e na cidade de Santiago de Compostela suas funções são
cumpridas ao menos entre esta parcela significativa de pessoas representadas
pelos estudantes da USC, pois reduzem os efeitos da dinâmica urbana e dos próprios
problemas que foram apontados.
Algumas áreas verdes são mais frequentadas do que outras, talvez por sua maior divulgação, sua localização ou condições
estruturais encontradas. Essa situação poderia ser melhorada e equilibrada com maior estímulo
a um outro segmento turístico chamado ecológico, realizando passeios,
itinerários e outras atividades, associando uma ou mais áreas verdes. Assim,
além de aumentar o número de beneficiados (turistas, moradores, estudantes,
etc) com as funções destes espaços,
geraria maior valorização e serviria como uma alternativa ao turismo religioso
já incentivado.
Autores: Pedro H. B.
de Souza; Thais R. Monteiro